- o amor aos 13 anos;
quando se é adolescente qualquer mísera sensação ou sentimento ganha proporções gigantescas. uma briga com os pais é o motivo pra "fugir" de casa. uma briga com uma amiga é pra mudar de cidade! e o fim de um namoro? ah, este é o FIM DO MUNDO.
no ínicio é tudo lindo. é um amor que nasce do dia pra noite. uma coisa sem tamanho.
com o tempo a pessoa passar a ser o ar que você respira. e é engraçado como somos inocentes ainda. inocentes ao ponto de nos ignoramos pra satisfazer os outros.
geralmente os namoros desta época duram anos. não entendo o porquê. talvez por sermos novos e ainda não estarmos moldados "pra vida" a gente é meio que mais "tolerante".
meu primeiro namoro foi assim. menino da escola. popularzinho. essas coisas importantes pra adolescente. hoje eu vejo com outros olhos. hoje eu vejo que tudo já começou errado.
com 13 anos, meu primeiro namoro começou baseado em mentiras, tanto da minha parte, quanto da dele. ah, claro, ele era mais velho. tinha 16 anos.
a mentira? ele ficava comigo e com uma amiga minha, eu ficava com ele e um cara da minha cidade. ele nunca soube disso. já eu fiquei sabendo no dia que ele me pediu em namoro: 24/03/2001, 7 dias depois de termos nos conhecido. (eu disse que era tudo intenso).
o começo foi lindo né. cara entra pra família. minha família fica amiga da família dele(é até hoje). cara me dá presente. e a gente acha que encontrou o HOMEM DA VIDA. o grande amor.
então vem uma intensidades de sentimentos como: ciúmes, insegurança, tesão, carinho, saudade, preocupação, e talvez, amor. e é tão difícil lidar com isso, equilibrar isso. poucos conseguem. EU NÃO CONSEGUI.
começa um ciumes aqui, outro alí. uma mentirinha aqui, outra alí. e o mundo começa a cair aos pedacinhos. me lembro tão claramente quando, entre brigas e palavrões, ele me diz: dia 21 de janeiro de 2002 vou terminar com você tá? é quando começam as suas aulas, daí você fica menos sozinha. o que eu fiz? continuei com ele e chorando todos os dias até dia 21... e depois também. eu tinha a sensação de que o seria o meu fim. me arrancaram o coração sem anestesia. pensava que eu iria morrer, sério. mas meu pai me deu uma idéia: ficar 30 dias sem falar/ver o ex namorado. e meu pai foi ousado: no 20 dia você estará ótima.
no 10° dia eu estava incrível. feliz. conhecendo gente. obvio que dias depois de saber do meu sucesso, ele voltou. me puxou o tapete e me fez cair de novo aos seus pés. e desta vez, colocou uma coleira. a partir daí foi tudo piorando. quando a gente é adolescente a gente não se dá valor.
nos 4 anos e meio que estivemos juntos podem ser resumidos em: traição, mentira, falta de respeito e chantagens. ele sempre me diminuía, aparecia da minha escola pra ver a roupa que eu tava usando, me proibia de ter amigos. ele sempre terminava comigo e me deixa aos pedaços jogada alí naquele tapete. então eu começa novamente a colar cada mísero pedaço de mim. me levantava e começava a caminhar. numa dessas idas e vindas, conheci uma pessoa que me ajudou. e ele cantava pra mim(ele tinha uma banda), ele era amigo dos meus amigos(coisa que o ex não era), e ele me divertia. sem dúvidas o ex descobriu e estragou tudo. me chantageou e eu voltei. isso foi em 2004. o pior ano da minha vida. um ano que eu não encontro uma simples lembrança boa. um ano que eu desejava morrer todos os dias. na verdade, eu até tentei. sem sucesso.
o tempo passa. a gente cresce. e CANSA. e eu cansei. cansei de descobrir as mentiras dele, cansei de ser deixada em casa pra ele jogar playstation com os amigos. finalmente descobri uma mega traição no dia meu aniversário, o qual ele não esteve presente porque disse que o avô estava morrendo. era mentira, claro.
terminar com ele foi muito fácil. em todas as minhas falhas tentativas de deixa-lo, ele voltava chorando, dizendo que tava doente, que precisava de mim, que ia morrer. eu cedia. mas agora era diferente. por mim, se ele estivesse morrendo, eu juro que o ajudaria a morrer logo. eu estava livre, eu não me sentia mais "suja" por ser a "prostituta" dele. e meu coração, ah este já estava preso em um laço de fita. ;x
foi assim que eu descobri que o amor não mata. que eu não preciso de ninguém pra viver. eu não posso permitir que me violentem assim todos os dias porque ninguém tem o direito de me maltratar. aprendi também o que é ironia, cinismo, falsidade e sarcamos (e como usa-los). e que sim, eu valho a pena.
infelizmente esses anos me deixaram cicatrizes. umas ainda me fazem mal. pelo menos assim elas me lembram que eu já estive no fundo do poço e que eu não quero voltar pra lá.
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