- o peso da mala;
você fez toda essa estrada para chegar até aqui.
e dependia só de você partir, menina, com uma malinha de papelão que aos poucos você começou a encher de coisas.
duas folhas de recordações que já não existiam mais, batons falsos e uma caixinha de jóias e assim a mala começou a pesar, mas ainda assim você tinha que partir.
e os olhos tomaram a cor do céu pela fé que você teve ao olhar pra ele.
e com aqueles olhos, aquilo que você via, ninguém poderá saber.
sol e chuva, neve e tempestade em cima da mala e dos seus cabelos.
as pernas para andar e a boca pra beijar.
você fez toda essa estrada para chegar até aqui e a cada parada tinha sempre alguém e quase sempre você tentava falar, mas ninguém te escutava.
e você se doou, recebeu alguma coisa, quem sabe...
mas as palavras que você disse em excesso foram parar dentro da sua mala e alí ficaram.
e suas pernas caminhavam sempre, só que a cada dia mais lentamente e seus braços mal sustentavam o peso da mala.
sol e chuva, neve e tempestade em cima da mala e dos seus cabelos.
as pernas para andar e a boca pra beijar.
sol e chuva, neve e tempestade de tudo que você viveu, nos seus cabelos.
braços para aguentar o tranco e quadris para dançar.
você fez toda essa estrada para chegar até aqui e agora sim você pode descansar.
um banho quente, alguma coisa fresca pra beber e algo pra comer.
e eu abro a mala pra você enquanto você descansa e aos poucos te mostro que alí dentro tinham apenas quatro borboletas difíceis de morrer.
duas folhas de recordações que já não existiam mais, batons falsos e uma caixinha de jóias e assim a mala começou a pesar, mas ainda assim você tinha que partir.
e os olhos tomaram a cor do céu pela fé que você teve ao olhar pra ele.
e com aqueles olhos, aquilo que você via, ninguém poderá saber.
sol e chuva, neve e tempestade em cima da mala e dos seus cabelos.
as pernas para andar e a boca pra beijar.
você fez toda essa estrada para chegar até aqui e a cada parada tinha sempre alguém e quase sempre você tentava falar, mas ninguém te escutava.
e você se doou, recebeu alguma coisa, quem sabe...
mas as palavras que você disse em excesso foram parar dentro da sua mala e alí ficaram.
e suas pernas caminhavam sempre, só que a cada dia mais lentamente e seus braços mal sustentavam o peso da mala.
sol e chuva, neve e tempestade em cima da mala e dos seus cabelos.
as pernas para andar e a boca pra beijar.
sol e chuva, neve e tempestade de tudo que você viveu, nos seus cabelos.
braços para aguentar o tranco e quadris para dançar.
você fez toda essa estrada para chegar até aqui e agora sim você pode descansar.
um banho quente, alguma coisa fresca pra beber e algo pra comer.
e eu abro a mala pra você enquanto você descansa e aos poucos te mostro que alí dentro tinham apenas quatro borboletas difíceis de morrer.
(Il peso della valigia - Ligabue)
e significa muito pra mim.
o que meus olhos viram e o que meus ouvidos ouviram ninguém nunca poderá saber. :)
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