Brasil... dar valor no que é nosso;
Então você vai estudar na Europa e todos te dizem: "que chique morar na Europa". Mas te digo, chique mesmo é o nosso país (e nós não nos damos conta).
Morando fora (e sozinho) a gente começa a descobrir pequenos detalhes do nosso lugar de origem, antes invisíveis aos nossos olhos, que fazem falta. No meu caso, por ter ido de uma capital para uma cidade mega interior da Itália, sinto falta da vida noturna, das ruas cheias, do trânsito caótico, das milhares de opções de coisas para fazer, de lojas e de gente jovem. Sem contar o fato desagradável de as pessoas serem mais fechadas e preconceituosas por eu ser brasileira.
Morando fora você passa a agradecer o clima do Brasil. Agradece não ter terremotos, furacões e nem mesmo a neve que te obriga a comprar pneus invernais e líquidos caros para colocar no radiador, sem falar na possibilidade de passar vários dias frios e cinzas e quase se esquecer o que é sol.
Quando você vive em outro país você descobre o quanto conhece pouco o Brasil, vê que aquela história que você estudava na escola e que parecia inútil era na verdade um pedaço de você. Você se da conta que te faltam argumentos para explicar que nosso país não é só pobreza, prostituição, Amazônia e futebol. Te falta informação sobre política, economia, cultura, geografia e tantas outras coisas que antes te pareciam fúteis, quase sem utilidade.
Quando você mora fora e vê o seu país no mapa ele cresce, diria que ele se destaca por ser tão grande. E você começa a se orgulhar dele. Começa a sentir falta até daquilo que você odiava. Então você começa a se interessar mais pelo seu país. Se orgulha em dizer que o Brasil tem apenas 511 anos e que, sim, nós temos historia. Em 511 anos nosso país cresceu e se desenvolveu, se tornou a sexta maior potência no ranking mundial (gente, passamos o Reino Unido!). Interessando-se pelo nosso país você descobre que ele está juntinho com a Grécia no ranking de patrimônios da UNESCO.
Assim você começa a desenvolver um senso de patriotismo antes desconhecido.
Vê que nós temos uma fauna e flora riquíssima, uma cultura muito particular. E claro, que não somos racistas. Penso que pelo fato de convivermos com diversas "raças" e "classes sociais" aprendemos a aceitar melhor o outro e desenvolvemos a chamada "compaixão". Isso inclui respeitar as outras nações, porque no meu ponto de vista temos a mente bem aberta em relação ao exterior. E somos bem menos ignorantes neste sentido. (Afinal, na Europa pensam que somos índios e pobres).
Concluindo, viver fora te faz pensar que talvez se fossemos mais patriotas (e menos ignorantes) a ponto de exigirmos o que é nosso por direito, visto a quantidade de taxas que pagamos, poderíamos estar muito melhor porque nós temos potencial para que isso aconteça.
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