- davvero la vita che sempre ho voluto;
De repente do riso fez-se o pranto.
Silencioso e branco como a bruma.
E das bocas unidas fez-se a espuma.
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento.
Que dos olhos desfez a última chama.
E da paixão fez-se o pressentimento.
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente,
Fez-se de triste o que se fez amante.
E de sozinho o que se fez contente,
Fez-se do amigo próximo o distante.
Fez-se da vida uma aventura errante.
De repente, não mais que de repente.
(Soneto de Separação - Vinicius de Morais)
É tão engraçado como uma pessoa que sempre foi tão familiar, de repente, não mais que de repente, se torna um verdadeiro estranho. Como se não conhecesse mais esta pessoa, como se nunca tivesse sido parte de uma família. E o pior, se torna cada dia mais distante, cada dia mais alheia, vivendo numa realidade totalmente alienada e MANIPULADA.
As pessoa dizem que com o tempo tudo se 'resolve', mas neste 'tempo' se perde uma coisa chamada VIDA. Se perde também a presença das demais pessoas que um dia se importaram, que um dia foram próximas. E infelizmente, MUITAS coisas o chamado 'tempo' não traz de volta. Ele não tem o poder de apagar da memória das pessoas as palavras ditas, as acusações feitas, das mentiras malevolentes.
Quando você perde o seu controle por qualquer motivo ou com alguém, você diz palavras que machucam as pessoas e quase sempre dirige as ofensas para quem você convive; justamente às pessoas que MAIS lhe AMAM e que estão sempre dispostas ao que der e vier para fazê-lo feliz; mas a sua ira produz cicatrizes profundas em seus corações. Saiba, mágoas são um veneno para o coração. (não pro meu! hahaha!)
E tudo isso me faz ter mais certeza que as pessoas são essencialmentes ruins, que são necessariamente mentirosas e filogenéticamente egoístas. E que por mais que se conviva com alguém, por mais próximo que seja, nunca conheceremos este alguém.
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